Crioablação: o que é e qual o seu diferencial no tratamento do câncer de mama
Procedimento pouco invasivo está em fase de testes no Brasil e pode aumentar a autoestima de pacientes

Você já ouviu falar em crioablação? A modalidade médica é uma técnica utilizada para destruir tumores de forma direta, mas sem a realização de alguma cirurgia de remoção. Esse método aplica uma energia sobre o tecido-alvo, que no caso é o fio extremo.
O F5 News conversou com a radiologista Mirelle Rocha Matiotti. Ela explica que o procedimento é guiado por métodos de imagem, como ultrassom ou tomografia.
"O médico insere uma agulha específica no interior do tumor. Por essa agulha, é liberado um gás — como o argônio ou o nitrogênio líquido — que atinge temperaturas em torno de -140 °C, formando uma esfera de gelo que envolve o tumor e congela as células cancerígenas, destruindo-as de maneira precisa", afirma a médica ao portal.
Por ser um método pouco invasivo, Mirelle Rocha descreve que o procedimento, na maioria dos casos, pode ser feito com anestesia local e sedação, em caráter ambulatorial, permitindo alta rápida, muitas vezes, no mesmo dia.
"É uma técnica com baixo índice de complicações, praticamente indolor, e que oferece rápida recuperação. Um dos seus grandes diferenciais é a preservação do tecido saudável ao redor da lesão, o que ajuda a manter a função do órgão tratado. Além disso, o procedimento pode ser repetido, se necessário, sem comprometer futuras abordagens terapêuticas", explica.
No caso de pacientes com câncer de mama, por exemplo, a técnica tem passado por processo de estudos que têm sido liderados pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o protocolo FIRST (FreezIng bReaST cancer in Brazil), e já passaram pela primeira fase com resultados promissores.
"Nessa etapa, a crioablação foi realizada antes da cirurgia tradicional, permitindo a comparação entre os achados por imagem e a análise histopatológica do tecido removido. A técnica demonstrou 100% de eficácia para tumores com menos de 2 cm, sem complicações graves e com excelente aceitação pelas pacientes", descreve a radiologista ao F5.
Apesar de ainda estar em fase de estudos no tratamento do câncer de mama, a crioablação pode trazer um avanço na eliminação de tumores sem cirurgia tradicional, com preservação da forma, volume e contorno da mama e ainda aumentar a autoestima, bem-estar e recuperação emocional das pacientes.
"A experiência internacional em países como Israel, Estados Unidos, Japão e Itália, somada aos avanços das pesquisas brasileiras, aponta para um futuro no qual a crioablação poderá se tornar mais uma opção eficaz, segura e menos invasiva para o tratamento do câncer de mama", completa Mirelle Rocha Matiotti ao portal F5 News.
F5News
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