Angelo Miguel/MEC

Em um movimento para fortalecer uma peça fundamental do Sistema Único de Saúde (SUS), o governo federal anunciou nesta segunda-feira (15) um plano ambicioso: aumentar em 40% a capacidade de atendimento da rede de hospitais universitários do país, em especial no Nordeste. A meta, de acordo com o presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Arthur Chioro, visa entregar 13 novas unidades até o final de 2026.

Esses hospitais, vinculados a universidades federais, são mais do que centros de tratamento; são ambientes de ensino, pesquisa e inovação. Como explicou Chioro, “Em muitos lugares do país, é só nos hospitais universitários que temos certos especialistas e procedimentos, por isso a importância deles no apoio ao SUS”. A expansão promete levar cuidados de alta complexidade a mais brasileiros, reduzindo as filas de espera por procedimentos especializados.

Mutirão sinaliza o caminho do sucesso

O anúncio da meta de longo prazo vem na esteira de uma ação de curto prazo extremamente bem-sucedida. No último sábado (13), a rede EBSERH realizou seu segundo mutirão nacional de atendimentos, com resultados expressivos:

• 45 hospitais participantes.
• Cerca de 5.000 profissionais envolvidos.
• 34 mil atendimentos realizados em um único fim de semana.

O número representa um salto significativo em relação ao primeiro mutirão, realizado em julho, que contabilizou 12 mil atendimentos. A ação, parte do programa “Agora Tem Especialistas”, é fruto de uma parceria entre os Ministérios da Educação e da Saúde.

Ao mesmo tempo, a estratégia foi descentralizada: cada hospital definiu suas prioridades com base na demanda local, realizando cirurgias de oftalmologia, ortopedia e tratamentos oncológicos, entre outros.

Como ter Acesso aos Atendimentos?

Para a população, a principal porta de entrada para os serviços dos hospitais universitários, incluindo futuros mutirões, continua sendo a Unidade Básica de Saúde (UBS). É através da rede primária que os pacientes são encaminhados para a rede especializada. Além disso, os próprios hospitais devem convocar pacientes que já estão em sua fila de espera interna.

Próximos Passos e Compromisso

O compromisso com a iniciativa continua firme. Já está marcado um novo mutirão para o dia 13 de dezembro deste ano, indicando que a ação se tornará uma prática recorrente para aliviar a pressão sobre o SUS.

A princípio, a presença do Presidente Lula no Hospital Universitário de Brasília (HUB) durante o mutirão reforçou a importância política do tema. Em sua fala, o presidente transcendeu a polarização, afirmando que “não há esquerda ou direita quando se fala na saúde da população”, um recado claro sobre o caráter essencial e universal do SUS.

Assim, a tabela abaixo resume os dados do mutirão e as metas futuras:

Item Detalhe

A combinação de metas ousadas para o futuro com ações concretas e imediatas, como os mutirões, aponta para uma estratégia dupla de enfrentamento das filas do SUS: agir agora para resolver casos urgentes e investir em estrutura para um atendimento mais robusto e permanente no futuro.

Fonte: N9 Notícias