Ferritina: por que manter o controle de seus níveis pode preservar sua saúde?
Compreenda a relevância da ferritina, quando seus níveis se tornam preocupantes e de que forma a alimentação e o estilo de vida podem influenciar seu equilíbrio.
Você já ouviu falar sobre a função da ferritina? Ela é uma proteína crucial responsável pelo armazenamento de ferro no corpo humano, sendo essencial para manter os níveis adequados desse mineral. O ferro, por sua vez, é vital para diversas funções biológicas, como a produção de hemoglobina, que transporta oxigênio pelo corpo, e o bom funcionamento do sistema imunológico.
Conforme explica a nutricionista e professora da Universidade Tiradentes (Unit), Carla Souza, a ferritina funciona como um estoque de ferro, liberando-o de maneira controlada conforme a necessidade do organismo. A verificação dos níveis dessa proteína, por meio de exames de sangue, oferece uma visão precisa sobre as reservas de ferro no corpo e auxilia na prevenção de problemas de saúde, tanto por falta quanto por excesso de ferro.
"Monitorar os níveis de ferritina é essencial em diversas situações para identificar ou acompanhar condições que afetam as reservas de ferro no corpo. Ela é um indicador fundamental do estoque de ferro e pode ser impactada por várias doenças. O acompanhamento é especialmente relevante em casos de suspeita de anemia ferropriva; mulheres em idade fértil; doenças inflamatórias crônicas; problemas hepáticos; Hemocromatose; veganos e vegetarianos; atletas de alta performance e durante a gravidez", orienta Carla.
Níveis elevados e reduzidos de ferritina
Quando os níveis de ferritina estão baixos, isso pode indicar uma deficiência de ferro, condição que, se não tratada, pode evoluir para anemia, caracterizada por sintomas como cansaço extremo, fraqueza e palidez. "A anemia por deficiência de ferro é uma questão de saúde pública importante, especialmente entre mulheres em idade fértil", alerta Carla. Já a ferritina alta pode sinalizar outros problemas de saúde. "A elevação dos níveis de ferritina pode estar associada a condições como hemocromatose, problemas no fígado, inflamações crônicas e até mesmo alguns tipos de câncer", explica a nutricionista.
Sintomas
Os sinais de ferritina alta ou baixa podem ser variados, e em algumas situações, podem ser discretos ou até inexistentes. Porém, alguns sintomas comuns incluem:
Ferritina baixa: cansaço, fraqueza, palidez, dificuldade para respirar, dores de cabeça e falta de concentração.
Ferritina alta: cansaço, dores nas articulações, dores abdominais, alterações na pele, fraqueza muscular e palpitações cardíacas.
Regulação dos níveis de ferritina
A dieta tem um papel crucial no controle da ferritina. A ingestão de alimentos ricos ou pobres em ferro pode afetar diretamente a quantidade desse mineral absorvida pelo corpo. "Em casos de ferritina alta, recomenda-se limitar o consumo de alimentos ricos em ferro, como carnes vermelhas, frango, peixes e vísceras, além de vegetais verde-escuros e feijões", orienta a nutricionista.
Além disso, evitar alimentos ricos em vitamina C nas refeições que contenham ferro pode auxiliar no controle da absorção, já que essa vitamina aumenta a capacidade de absorver o mineral. "Frutas como acerola, goiaba e laranja, ricas em vitamina C, devem ser evitadas durante essas refeições", recomenda Carla Souza.
Para quem tem ferritina baixa, a abordagem nutricional é diferente. Alimentos ricos em ferro heme, presente em carnes vermelhas, vísceras e frutos do mar, são recomendados devido à sua alta absorção. Já o ferro não-heme, encontrado em vegetais como espinafre, lentilhas e grãos integrais, deve ser consumido junto com alimentos ricos em vitamina C para melhorar sua absorção.
Além da alimentação, outros fatores podem influenciar os níveis de ferritina. O consumo de álcool, por exemplo, aumenta a absorção de ferro, sendo especialmente prejudicial para quem já possui ferritina elevada, uma vez que também compromete a saúde do fígado. "Evitar o consumo de álcool e optar por bebidas como chá preto e café durante as refeições pode ajudar a reduzir a absorção de ferro. Além disso, a prática regular de atividades físicas é fundamental, pois, além de melhorar a circulação sanguínea, estimula a produção de hemoglobina, ajudando a regular os níveis de ferritina e prevenir deficiências", recomenda Carla Souza.
Autora: Laís Marques
Fonte: Asscom Unit