Gripe, H1N1 ou dengue? Aprenda a identificar e se proteger durante o inverno

Com a chegada do inverno, é fundamental saber distinguir entre gripe, H1N1, resfriado e dengue, doenças que acometem milhões de pessoas anualmente.

Publiciado em 11/08/2024 as 10:00
Acervo Pessoal

Durante o inverno, doenças respiratórias como gripe, H1N1 e resfriado tornam-se mais frequentes, além da dengue, que permanece presente durante todo o ano. No Brasil, milhões de pessoas são afetadas por essas doenças anualmente, com picos durante os meses mais frios. Crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas são os mais vulneráveis e correm maior risco de complicações.

Mas como identificar essas doenças e se proteger? De acordo com a médica infectologista e professora da Universidade Tiradentes (Unit), Fabrizia Dias Tavares, o H1N1 é apenas uma variação do vírus influenza, que causa a gripe. "É clinicamente impossível diferenciar entre H1N1 e outros tipos de vírus influenza, como o H3N2, sem exames específicos, pois todos apresentam sintomas semelhantes. Esses sintomas incluem tosse, coriza, espirros, congestão nasal e dor de garganta, podendo evoluir para falta de ar e tosse persistente", explica.

Por outro lado, a dengue, causada por um vírus com quatro subtipos, não é transmitida pelo ar, mas sim pela picada do mosquito Aedes aegypti. "A diferença entre a dengue e a gripe é que a gripe apresenta sintomas respiratórios, como espirros, tosse, obstrução nasal e coriza, enquanto a dengue não. A dengue manifesta-se com sintomas que podem ser confundidos com uma virose, como dor de cabeça, dores no corpo, falta de apetite e febre. Estes sintomas inespecíficos da dengue podem levar à confusão com outros quadros virais, mas a ausência de sintomas respiratórios é o principal diferencial entre a dengue e a gripe, incluindo H1N1”, ressalta.

Prevenção e vacinação

A dengue é considerada endêmica em todo o Brasil, ou seja, o vírus da dengue circula em todas as regiões do país. Durante períodos de calor e chuvas, associados à falta de eliminação de criadouros do mosquito, ocorrem surtos e epidemias. A gripe, por sua vez, se dissemina por via aérea e respiratória, apresentando maior incidência em períodos sazonais, como o inverno. “Esses períodos de maior circulação viral resultam em um aumento significativo no número de casos, sobrecarregando unidades de saúde, setores de internamento e UTIs”, reforça Fabrizia.

Nesse contexto, a prevenção por meio da vacinação é essencial. "A vacina protege a população, evitando um grande número de casos simultâneos e protegendo aqueles com maior risco de agravamento e óbito. A proteção vacinal é uma estratégia crucial. Doenças infecciosas imunopreviníveis devem ser valorizadas, e a população precisa estar ciente sobre a importância da prevenção. Se a população valoriza a vacinação, ou seja, se há uma alta cobertura vacinal, situações catastróficas podem ser evitadas”, destaca Fabrizia.

Grupos de risco e cuidados especiais

A médica salienta que certos grupos da população são mais suscetíveis a complicações, como idosos, gestantes, obesos e pacientes com doenças crônicas, hipertensão descompensada, diabetes, imunossupressão (seja por medicamentos ou doenças), pacientes oncológicos e renais crônicos. “Para esses grupos, qualquer processo de adoecimento aumenta significativamente o risco de internamento e óbito. Portanto, tanto para gripe, H1N1, quanto para dengue, esses grupos devem receber atenção diferenciada, especialmente no diagnóstico precoce e na vacinação, que é uma forma essencial de prevenção”, observa a médica.

As vacinas contra a gripe são atualizadas anualmente, e é crucial que as populações de maior risco de agravamento e desfechos ruins recebam essas vacinas. No caso da dengue, a vacinação está sendo recomendada principalmente para adolescentes, mas também é indicada para qualquer pessoa entre 4 e 60 anos. “No entanto, devido à falta de estudos e comprovação científica, a vacina da dengue não é recomendada para maiores de 60 anos e para menores de 4 anos. Já a vacina contra a influenza pode ser administrada a partir dos 6 meses de idade”, conclui.

Por: Laís Marques

Fonte: Asscom Unit