João Daniel diz que declarações de Trump contra a Venezuela são “tentativa de interferir nos rumos da América Latina”

A possibilidade de os Estados Unidos invadirem a Venezuela sob a justificativa de combater o narcotráfico levou o deputado federal João Daniel (PT-SE) a usar a tribuna da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (3), para discursar sobre o assunto.
Para o deputado, que também repostou sua fala nas redes sociais, as iniciativas do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de supostamente combater o tráfico de drogas – cerca de 80 suspeitos já teriam sido mortos em operações norte-americanas no mar do Caribe – seriam apenas uma falsa justificativa para ocultar o verdadeiro objetivo: a abertura de um conflito que pode escalar para uma operação terrestre na Venezuela.
“Ele não tem nada a ver com democracia na Colômbia nem na Venezuela. O que o presidente dos Estados Unidos quer é levar a riqueza das Américas. A Venezuela tem a maior reserva de petróleo do planeta. Não tem nada a ver com democracia, nem com governo ditatorial, nem com isso, nem com aquilo”, afirmou João Daniel em discurso.
O parlamentar ressaltou ainda que, se há alguém sem moral para falar em democracia, esse alguém seria o presidente dos Estados Unidos, que, segundo ele, é um golpista.
“Se houvesse um Supremo Tribunal Federal nos Estados Unidos, ele já estaria na cadeia, pois eles ocuparam o Capitólio, fizeram igual ao 8 de Janeiro daqui”, disse. “Então, eu quero me solidarizar com toda a nossa América e dizer que precisamos estar de cabeça erguida, defender a nossa pátria, as democracias dos nossos países. Jamais intervenção”, declarou o deputado.
STF
O parlamentar também comentou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que modificou a lei do impeachment para determinar que apenas a Procuradoria-Geral da República (PGR) tenha o direito constitucional de apresentar pedido de abertura de impeachment de ministros do Supremo no Senado. Gilmar também alterou o quórum de admissibilidade, que passa de maioria simples dos presentes para 41 senadores, ou seja, maioria absoluta da Casa.
“Quero dizer que não há nenhuma contradição, não há tentativa de retirar poder do Congresso. Há, sim, uma reação diante da campanha aberta feita pela extrema-direita, que diz que, em 2027, vai eleger a maioria do Senado para cassar os ministros do STF”, afirmou o petista.
Por Marcos Antônio, correspondente exclusivo do Sergipe Notícias em Brasília










